terça-feira, 22 de dezembro de 2020

Uma fartura

Uma fartura. Fui a uma grande superfície comercial para comprar um saco natalício para um presente de uma das netas. Cheguei lá, havia uma enorme fila para entrar no sítio onde se vendem essas coisas, local que também serve de estação dos CTT, tabacaria, reprografia, papelaria, livraria e sei lá mais o quê. Contemplei a fila, girei sobre os calcanhares e fui-me dali. Na rua, o negócio das farturas estava aberto. Nem hesitei. Tentado, deixei-me cair, sem querer saber de diálogos com a balança e outras frescuras que se organizam à volta do que se come e do que se bebe. Tenho o raio da saqueta para comprar, em resumo. Depois, veio a noite, a temperatura caiu um pouco e dirigi-me para casa. As ruas estão mais agitadas, as pessoas continuam apegadas aos rituais natalícios, quero dizer, comprar, comprar, comprar. Fazem bem, pode acontecer como aos pais do Menino Jesus que, em vez de marcarem antecipadamente o quarto pelo Booking, foram para Belém à sorte, confiados numa boa estrela. A estrela não era má, mas os quartos estavam todos ocupados. Se o caso fosse hoje, o Menino ainda era tirado aos pais, para os punir de não cuidarem do nascimento da criança, e entregue a uma instituição. Este segundo dia de Inverno esteve primaveril, com um sol simpático, que sorriu durante as horas em que esteve acordado. Talvez tenha guardado o mau humor para a noite.

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