quinta-feira, 9 de outubro de 2025

Absurdo

Por vezes, lêem-se coisas que se transformam, de imediato, em candeias. Como se sabe, ou talvez já não se saiba, uma candeia é um dispositivo tradicional de iluminação. O lido é iluminante. Foi o caso de um pequeníssimo texto, um aforismo, de Arthur Schnitzler, um escritor austríaco: Por mais absurdo que o mundo te possa parecer, nunca te esqueças de que, quer ao agires, quer ao não agires, estás a contribuir em boa parte para esse absurdo. Eu já tinha a sensação de que o mundo era absurdo. Também estava convicto de que a minha acção, muitas das vezes, se não sempre, era absurda. Agora, sei mais. Sei que tanto a minha acção como a minha inacção contribuem para o absurdo do mundo. E como corolário adquiri a sabedoria que também eu sou culpado desse absurdo. Sou culpado por actos e por omissões. O mais adequado será dizer, declinando todas as ferramentas culposas, que contribuo para o absurdo do mundo por palavras, pensamentos actos e omissões, como estes textos provam.

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