sexta-feira, 2 de março de 2018

Homofonias


É um problema de homofonia. E com o passar dos anos a patologia tende a agravar-se. Ontem, por exemplo, depois de discorrer sobre a vexata quaestio das persianas e das minhas deambulações por esta cidade que, em seu seio, me acolhe, acabei por desconcertar, e aqui é mesmo desconcertar, o texto escrevendo “concertadas” no lugar de “consertadas”. O que me valeu foi uma alma amiga que há pouco me fez notar a situação. Não é que não possa haver um concerto para persianas e viola da gamba ou um quinteto de cordas e persianas. Pode, mas não com as minhas persianas, as quais não foram preparadas para o efeito. Limitam-se a subir e a descer, isto quando não entram em greve, como é o caso. Tudo isto para dizer que um erro é um erro, mesmo que a culpa esteja na homofonia e na desatenção de quem escreve. Se fosse dado a angústias, o que não sou, diria que o que me angustie é a possibilidade que o conflito com a homofonia aumente e que novos desarranjos floresçam. O que hei-de eu fazer?