quarta-feira, 26 de julho de 2023

Os livros da minha vida

Os livros da minha vida. Esta frase esconde uma enorme presunção, a de que a minha vida tem alguma importância para nomear os livros que fizeram parte dela. Apesar disso, hoje dedico este episódio, pois estes textos não são mais do que episódios de uma história sem nexo e mal contada, aos livros da minha vida. São livros singelos, obras cujos autores desconheço, mas que me ocuparam longas tardes de Verão. As aventuras de Texas Jack, na revista Mundo de Aventuras, ou do Major Alvega, na revista O Falcão, as histórias que eram contadas no Condor ou no Ciclone, e aqueles romances do Oeste das colecções 6 Balas, Cow Boy, Gatilho e Fúria de Bravos. Estas colecções, ao contrário das referidas antes, revistas de banda desenhada, eram compostas por livros com dimensões minúsculas (8,5 cm x 12,5 cm) e letra que, nos dias de hoje, me seria indecifrável, mesmo com óculos. Tinham 64 páginas e seis delas eram preenchidas com desenhos alusivos à narrativa. Foram estes livros que me fizeram gostar de literatura. Talvez me tenham influenciado mais do que aquilo que eu imagino. A histórias, tanto quanto me recordo, tinham dois pólos. Um primeiro, em que uma injustiça introduzia a desordem numa comunidade, e um segundo, no qual o herói, um herói singular, restabelece a ordem e faz triunfar a justiça. Estes são os livros da minha vida, pois são os alicerces sobre os quais fui construindo outras leituras.

2 comentários:

  1. Pensava não voltar aqui tão cedo, mas eis que o tema me interessa. Li muito os 5 e os 7 e Noddy, todos de Enid Blyton; e também o Tintim, quando era pequena. Isso espicaçou-me muito a imaginação. Até que, aos onze anos, li O Sonho, de Émile Zola. Mas ainda não li Antígona. Sabe-se lá porquê.

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  2. Enid Blyton, também li os cinco, os sete e uns outros mais volumosos que contavam as aventuras de um grupo que em vez de um cão tinha uma catatua, a Riri, salvo erro, que imitava o barulho de um comboio a entrar num túnel. O Tintin nunca me prendeu, mas o Astérix sim, bem como Lucky Luke, o cowboy insolente. Quanto à Antígona, já a li várias vezes e espero voltar a ela.

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