quarta-feira, 24 de dezembro de 2025

Tempo de Natal

Não tarda e a noite de Natal estará consumada. Depois, virá o dia de Natal, que também passará após vinte e quatro horas, entre uma e outra meia-noite. É sempre assim, mas devo sofrer de um problema de adaptação à realidade, pois, dentro de mim e apesar de saber que nada mudará, tenho sempre a esperança de que o tempo de Natal se dilate. Não por causa das festividades, almoços e jantares, mas para abrir uma clareira temporal para que possa compreender o que é, na verdade, o Natal. A mistura deste com a temporalidade comum retira-lhe aquilo que tem de diferente. O tempo, porém, resiste à dilatação, passa a galope, desejoso de chegar ao fim do ano e entrar, de novo, na realidade. Estou a ser impreciso. O tempo não se desvia da realidade. São os homens que, nestes dias, se desviam da realidade, mas lá estará o 2 de Janeiro para lhes lembrar aquilo que é. O que se passa por aqui com o Natal, passar-se-á noutros lugares com outras festividades. Também aí haverá quem espere a dilatação do tempo para compreender o que se vive, mas este terá um comportamento absolutamente democrático e frustrará a esses aquilo que me frustra a mim. O tempo não tem religião, cultura ou visão do mundo. Limita-se a passar. Caso exista, coisa que que não é clara.

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