quarta-feira, 26 de junho de 2019

Popeline

Ao ler um post sobre música deparei-me com a palavra popelina. Há muito que não a escutava  e, tanto quanto me lembro, ouvia-a como popeline. Uma camisa de popeline. Na altura, não imaginava – ou imagino que não imaginava – que a palavra fosse francesa e estivesse em vias de nacionalização lexical. Também o sentido exacto devia escapar-me e, talvez para infelicidade minha, nunca senti curiosidade em saber precisamente que tipo de tecido era realmente a popeline. Aquela era uma linguagem esotérica de uma seita, para mim, fechada. Os tecidos não eram, nem são, o meu forte, se é que tenho algum forte. Um raio de sol, ao fender as nuvens, iluminou-me e pensei que, para pessoas como eu, deveriam existir dicionários ilustrados de tudo e até de tecidos. Fiz uma pesquisa no Google e ele, na sua infinita bondade, devolveu-me vários dicionários ilustrados. Um de moda, uma aproximação, mas também outros mais adequados ao meu presente estado. Um dicionário Ilustrado de fisioterapia e outro de saúde, que terá, por certo, uma secção de saúde mental. Ainda não é agora que vou saber alguma coisa sobre os tecidos que vestem as personagens com que me cruzo na rua, pensei desanimado. O Google, contudo, não dá ponto sem nó e indicou-me um guia prático de tecidos. O problema é que é brasileiro e lá os tecidos hão-de ter um nome que nada terá a ver com o que se usa por cá. Por causa das coisas, o Google ainda me indica, não sem perspicácia, o dicionário Houaiss ilustrado. Infantil, claro. Fico a pensar na insinuação e acabo por aceitar que não faltará muito para que seja esse o dicionário que me é mais apropriado.

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