terça-feira, 8 de agosto de 2023

Por uma Teologia científica

Não admira que a Teologia seja, nos tempos que correm, uma área científica menosprezada. A culpa, ao contrário do que pensam mentes pouco iluminadas – seja pelo espírito das Luzes, seja pelo Espírito Santo, seja pela luz eléctrica – não está no êxito transbordante das chamadas ciências empírico-analíticas, que com o seu sucesso permitem conhecer a realidade e encher o mundo de dispositivos que servem para tudo e mais alguma coisa, inclusive para dar cabo do mundo. A culpa desse longo ocaso da Teologia reside no pouco interesse, ou mesmo nulo, que os teólogos profissionais votam aos problemas teológicos verdadeiramente pregnantes. Por exemplo: que distância vai do vestíbulo do inferno à antecâmara do paraíso? Se os teólogos se interessassem pelo problema, diriam, por certo e dentro da sua previsibilidade, que sendo o inferno e o paraíso, a priori, locais incomensuráveis, a distância entre ambos é infinita. Não precisamos de recorrer à experiência para saber uma coisa que até a razão natural sabe. Embora não sendo teólogo, posso dar um contributo para uma Teologia científica, matematicamente fundamentada e que coloque os teólogos no devido lugar. A distância entre o vestíbulo infernal e a antecâmara do céu é de dezassete graus celsius, medida hoje entre dois locais onde estive. Num, por acaso o sítio onde entretenho a minha existência, estavam 41o. No outro, aquele onde me refugio do bafo atenazador dos diabos, o termómetro marcava 24o, por certo a temperatura do Éden quando o Senhor Deus dava por lá os seus divinos passeios e Adão e Eva se escondiam, já encalorados, sabe lá bem porquê. Como se demonstra aqui, não apenas a Física pode ser matematizada, mas a própria Teologia se deve constitui como uma Teologia matemática. Prova-se assim que a distância entre o inferno e o paraíso é uma distância térmica, mensurável por qualquer aluno do ensino básico. Fica aqui o meu contributo para o desenvolvimento da ciência. Amanhã, caso me lembre, irei reflectir, no campo da linguística, sobre o estranho caso da palavra pregnante. Sou um poço de sabedoria, onde me afundo a toda a hora.

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