Não sei bem a razão, talvez a
fome devido ao atraso do almoço, mas na minha mente, até eu tenho uma, dançou a
ideia de falar sobre a teoria do flogisto e os processos de combustão e de
calcinação decorrentes da libertação dessa matéria imaterial que seria o flogisto.
Apesar do esforço do Georg Ernst Stahl, um médico alemão e também químico, para
fortalecer a sua teoria, pois foi ele que a criou, embora não do nada, pois ex
nihilo nihil, Antoine de Lavoisier, um francês e químico, mostrou que Stahl
vivia num mundo fantasioso e explicou a razão por que as coisas entram em
combustão. A vida, contudo, nem sempre é justa para quem se entretém a fazer
descobertas acertadas. Consta, pelo menos em certa enciclopédia geral produzida
por autores anónimos e benévolos, que o matemático Joseph-Louis de Lagrange
disse: Não bastará um século para
produzir uma cabeça igual à que se fez cair num segundo. Ora, a cabeça que se fez cair num segundo foi a de
Antoine Lavoisier, no dia 8 de Maio de 1974. Vivia-se uma época em que, por França,
as cabeças rolavam em quantidade e a grande velocidade. Não consta que Stahl
tenha perdido a sua, apesar do erro que ela produzira. Pelo contrário, acabou a
vida – talvez na cama – como médico de Frederico I da Prússia. Esta história,
apesar da aparência, não contém qualquer moral que se possa extrair para edificar
os leitores. É uma descrição de factos e nos factos, por muito que se procure,
só existem factos e não ideias morais. Lá dentro qualquer coisa se agita, as
adolescentes fazem-se ouvir, talvez tenha chegado a hora de almoço. O que
também não contém qualquer moralidade.
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