Voltou o sol. A manhã ainda se deixou ensombrecer por nuvens retardadas na sua jornada, mas a tarde resplandece sob o comando uma luz solar vibrante. Nada que contenha o chora de uma criança no parque lá em baixo. Não se comove com as metamorfoses atmosféricas e o clima não é, por agora, uma das suas preocupações. Apenas o desejo insatisfeito a atormenta, rasga-lhe a alma, nesse momento em que aprende a sua finitude, sem dela ter consciência. Terá sido assim que todos aprendemos a nossa, chocando com o império do não perante o ímpeto do nosso querer. A aceitação da realidade é sempre um processo doloroso, mesmo numa tarde soalheira, mesmo sob a bênção de uma luz benévola. Saber-se finito quando o desejo é infinito, eis a mais terrível das dores.
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