Um dia sem história, a não
ser uma levíssima dor de cabeça a tamborilar nem sei bem onde. Imagino as causas
e, pior, as consequências. O mais interessante, todavia, é a equivocidade da
linguagem. O que significa dizer um dia sem história? Será um dia em que
nada há para narrar ou um dia em que história se ausentou do seu palco
habitual? Preferiria esta última hipótese. Haver dias em que a história não
exerce a sua função, até que acabe por desaparecer. Seria o fim da história e
todos teriam razão para festejar, tão velhaca é a megera. Ela não está pelos
ajustes e não há dia que não se exiba no teatro do mundo. Faz-se acompanhar por
um cortejo de violências, como se a dor fosse a única maneira de chamar a
atenção dos homens para a sua presença. Não era disto que queria falar, mas estou
cansado para falar de alguma coisa. Não haverá pior narrativa do que a de um
narrador cansado. Vou descansar.
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