Está um dia esplêndido, oiço. Confirmo. Parece já uma Primavera adiantada. Fenómenos destes em Fevereiro não são inusitados. Lembro-me de há muitos anos, num Fevereiro em que era estudante universitário, ter rumado a Sesimbra. O motivo apagou-se. Dessa viagem, talvez com falta às aulas, mas não estou certo, recordo apenas que decidi ir ao mar. Tomei banho. O dia estava a pedir. Os efeitos secundários, porém, vieram depois. Nada de extraordinário, apenas dores nas pernas que se prolongaram durante algum tempo. A água estava fria, muito fria. Nesse tempo, eu era outro, gostava de ir à praia e de tomar longos banhos de mar. Depois, perdi qualquer interesse pelas idas à praia e por banhos de mar. Não rejeito sentar-me numa esplanada e olhar para o mar, como se olhasse para um mundo primordial. Desviei-me. Um dia de Fevereiro estival não é um acontecimento excepcional, tão pouco se poderá acusar as alterações que o clima vais sofrendo às mãos do homem. Contudo, um mês de Fevereiro quase todo ele a anunciar a Primavera é excessivo e talvez seja sinal de que alguma coisa vai mal. Vou caminhar, com a insensata esperança de me reconciliar com a balança, mas terei de esperar uma hora menos quente. Isto, penso, é um problema.
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