Naquele sítio onde oficio liturgias várias para uma população de ateus, corre em abundância, por mímesis da linguagem da conferência episcopal ou do comité central, que cada um escolha o que mais lhe aprouver, um som e uns rabiscos que me querem fazer crer que são uma palavra. Trata-se de um estrangeirismo já devidamente dicionarizado, com amplas explicações. A palavra, se aquilo é uma palavra, é feedback. Sempre que a oiço apetece-me ser castelhano, coisa ainda pior do que ser espanhol. Agora é todo um ritual executado a partir de um evangelho, ou de uma resolução do comité central, para continuar a haver liberdade de escolha, cheia de feedbacks. Tenho de confessar que têm alguma razão, pois tudo aquilo não passa de um ruído sibilante produzido não por aparelhos de transmissão sonora, mas por mentes que perderam o sinal da realidade e se afundam no vazio cósmico. Dito de outra maneira, trabucada de náufragos. Não devia pensar nestas coisas ao domingo, ainda por cima este que já está submetido ao confinamento. Também a minha mente está confinada. Já não tenho idade para este tipo de pantominices, embora a pantomina se tenha tornado há muito a natureza da coisa, o que faz de mim um pantomineiro. Isto para dar feedback.
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