O dia não começou mal. Uma consulta marcada para as nove da manhã. Eram dez e ainda não tinha entrado no gabinete do médico. Haverá, por certo, razões ponderosas para explicar este conflito entre a pontualidade e o exercício da medicina. Há dias, no blogue de um conhecido embaixador, este dizia que, finalmente, percebia a razão por que se chamam pacientes aos que têm de recorrer a um médico. Tinha a ver com o tempo de espera no consultório e a paciência necessária. Parece que esta é uma experiência universal. Pelo menos, por cá. Imagino que a D. Filipa de Lencastre nos trouxe imensas coisas, mas uma delas não foi, por certo, a pontualidade britânica. Talvez, nos dias dela, os britânicos não fossem pontuais. Uma competência que foram desenvolvendo ao longo do tempo. Isto dá-me a esperança de que nós portugueses, onde se haverão de incluir os esculápios e as esculápias, já agora, nos tornemos pontuais. Como se vê, eu tenho grande capacidade para me iludir. Se, em tempos, os britânicos faziam gala da sua pontualidade, nós fazíamos, e fazemos, gala da nossa impontualidade. O vício é apresentado como virtude. A partir daí, pouco há a fazer. O dia está cansativo, eu estou cansado, a realidade está um cansaço. Vou descansar.
E era no Público ou no Privado? Na última vez esperei uma hora no privado e entrei 20 m antes da hora marcada no hospital público...e muito melhor tratada no último do que no primeiro.
ResponderEliminarEra no privado. O tratamento foi cordial, mas o treino da paciência pareceu-me excessivo para aquela hora da manhã.
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