Não há pior tentação, pensei ao entrar no carro para me
dirigir para casa, que a de tentar corrigir a natureza humana. Quando a ideia nos
toma de assalto, a única coisa que devemos fazer é esperar com paciência que
ela passe. O importante, meditei, não é melhorar a humanidade, mas precavermo-nos
dela, mesmo – ou principalmente – se entre ela e nós não há qualquer diferença.
O sol de sexta-feira tem sempre o condão de me fazer pensar sobre coisas em que
não devia pensar.