sexta-feira, 6 de agosto de 2021

Bolhas e bolas

Nada em excesso! Este mandamento resumia a ética dos gregos antigos. É de uma sabedoria conspícua, mas isso não é o suficiente para que um mortal o cumpra. Não fora ter-me entregado aos excessos das caminhadas e hoje não teria uma bolha num dos pés. Olho-a e compreendo que muitos são os limites que cercam os pobres seres humanos. Caminhadas suspensas, pomadas, pensos e um cuidado com o que calço, não vá a bolha crescer tanto como certas bolhas imobiliárias que, ao rebentar, têm o condão de lançar a matérias viscosa que as anima sobre uma multidão que, aparvalhada, olha para o céu, para descobrir de onde vem a matéria purulenta que chove sobre cautos e incautos. Há pouco recebi uma fotografia do meu neto. Instalado na areia, entregava-se à volúpia da bola de Berlim. Oiço de imediato, também queremos. Terei de pegar nas netas e ir a um lugar onde as há. Sem creme, sem óleo, ou quase. Eu não sei se também quero. Com a visita à balança no horizonte, sem poder caminhar para gastar calorias, duvido que seja uma boa ideia ceder à gula. Logo verei, até onde vai o meu poder de resistir à tentação. Nada em excesso, lembrei-me, agora.

2 comentários:

  1. Até tenho vergonha de admitir que não sou (nem nunca fui) fã de bolas de Berlim.
    Penso que tem a ver com o facto de eu não gostar de miolo de pão mal cozido. É como as farturas, só gosto das fininhas, tipo churros; se forem grossas toda aquela brancura me parece intragável.
    Concluindo: dessa tentação estou eu livre!
    Agora se for um gelado (ou dois, ou mesmo três) o caso já muda de figura...

    Um dia fresco, HV.
    ⛲Maria

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    1. Quanto a tentações, acumulo. Bolas de Berlim (sem creme), farturas e gelados. Além disso, gosto de miolo de pão mal cozido. Aliás, não gosto de pão bem cozido.

      Um bom dia, Maria
      HV

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