sexta-feira, 28 de junho de 2024

Alheiras

Enquanto a minha pobre neta se submetia a uma operação ao septo nasal, o avô decidiu almoçar. Coisa rápida, assegurar a função e desalvorar dali o mais depressa possível. Não para a ir ver, pois estaria no recobro, mas porque tinha que fazer. Para despachar, nada melhor do que uma alheira de Mirandela, com ovo e batatas fritas, tudo acompanhado por uma salada de tomate, alface, a que, sabe-se lá porquê, juntam cenoura ralada e cebola. O resultado não é famoso. Duas nódoas na camisa e a constatação triste de que a idade do aparelho digestivo já não se adapta a estas coisas. Os fritos estão a caminho da proibição. Lá consegui fazer aquilo a que me propusera, mas ainda não percebi a razão que me levou a comer o que comi. Uma lição para o futuro, pois a avó da minha neta também terá de ser operada ao septo nasal, uma família de septos tortos. Nesse dia, não me apanharão à volta de alheiras, sejam de Mirandela, sejam de outro lado qualquer, pois não há lugar, desde Trás-os-Montes até ao Algarve e ilhas adjacentes, que não produza alheiras de Mirandela.

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