Hoje lá me submeti a um teste à COVID-19. Faz parte da vigilância que com que se pretende trancar a casa roubada. Não é que seja uma provação, nem nada que se pareça, mas já era altura de encontrarem outro método para recolher os indícios do crime. Se não se deve meter os dedos no nariz, também será pouco elegante enfiarem uma zaragatoa por ali adentro e escarafunchar, fazendo-a rodar para um lado e para outro. Pior que a impressão física sentida é a perspectiva estética do evento. Há que manter a compostura mesmo numa coisa como essa. Passam das nove e meia da noite e ainda há uma luz crepuscular. O céu tem uma cor de cinza quase a cair para o chumbo. Não tarda, estará negro. Então, dir-se-á é de noite. Alguém poderá responder já não há noites como as de antigamente. Essas, sim, eram noites a sério, negras, a via láctea bem definida. Agora, há tanta luz na cidade que já nem se vê a noite. É tudo um arremedo. Ainda haverá gente que diga arremedo? Vindas da rua, umas gargalhadas denunciam um convívio jovial. Pelo tom, parece que os convivas se arremedam uns aos outros. É de noite. O teste deu negativo, o que me permite pensar no fim-de-semana.
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