Hoje não fui caminhar de manhã. Dormi mais do que é hábito. Quando a manhã já se inclinava para o meio-dia, saí, sentei-me na esplanada do café aqui ao lado e fiquei a saborear a frescura que ainda se fazia sentir. As acácias deixam amarelecer as primeiras folhas, mas ainda são um mar de verdura a caminho do céu. Havia gente em trânsito, mas ninguém com pressa. Pais com filhos pequenos, casais reconciliados, um ou outro solitário. Numa mesa ou noutra, havia quem lesse o jornal, mas agora esses leitores são raros. As pessoas preferem os telemóveis. Entram neles e perdem-se num labirinto, sem que um fio de Ariadne os conduza para a liberdade. Ali ficam à espera de que o Minotauro as encontre e devore. Os tributos são para pagar. Depois, levantei-me e dei um pequeno passeio pelas redondezas, e em todo o lado o espírito do dia era o mesmo. As manhãs de sábado, na província, são assim. Ou talvez de outra maneira, sei lá como elas são naqueles lugares onde não me encontro. Tenho de domesticar a tendência para a generalização, embora saiba que quanto mais particular é a experiência, mais universal é.
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