Hoje fui caminhar ao cair da noite. Esperava encontrar, ao crepúsculo, alguns anjos ou velhos deuses pagãos. Nada. Não sei onde se meteram. Que saiba não está a decorrer nenhum congresso de anjos ou concílio de deuses. Faltaram, uns e outros, ao encontro aprazado. Imagino que cada um dos bandos decidiu não vir por causa do outro. Fiquei sem companhia nas minhas andanças. Tinha-lhes dito que podíamos parar num bar de vinhos, sempre se conversava e se bebia um copo. Pareceram interessados, mas esqueceram-se. Talvez tenham algum conflito com compromissos ou a memória já não seja o que era. Entretive-me a observar os transeuntes, mas em nenhum encontrei um traço angélico ou um porte divino. Uma jovem mulher ainda me pareceu, ao longe, angelical, mas ao aproximar-me, o rosto foi-se transformando, de tal modo que, caso tivesse idade e condição para isso, nunca a pediria em casamento. Isto, porém, é uma presunção, pois nem tenho idade nem a lei autoriza a poligamia. Estes pensamento tranquilizaram-me e fizeram-me esquecer a desdita de um encontro falhado com agentes de outros mundos. Ficará para a próxima. Pelo menos é o que diz um email recebido mesmo agora. Não sei se enviado por algum anjo ou por uma divindade grega. Ah… parece que é de Afrodite. Pelo menos, sinto-me lisonjeado, apesar de posto ao longe.
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