sábado, 22 de maio de 2021

Cair na esparrela

Depois de uma manhã votada a discussões bizarras, que em nada contribuem para o progresso moral da humanidade, aceito a sugestão de ir experimentar um restaurante de comida grega numa outra cidade aqui perto. A sala estava quase vazia, a comida era razoável, mas a lentidão de todo o processo foi exasperante, quando havia quase tantas pessoas na cozinha quantas estavam na sala para almoçar. Para culminar, descubro que, na cozinha, ou não usavam máscara ou usavam-na no pescoço, talvez para evitar o vírus da papeira. Tendo em conta os preços, ao nível do que se paga nos restaurantes na moda das grandes cidades, a gestão do serviço e as precauções com a ameaça pandémica, não admira que não houvesse quase ninguém na sala. Ainda por cima não havia quem falasse português, embora os clientes pudessem escolher entre o inglês e o francês, para além de uma língua desconhecida que não era grego. A música ambiente, essa era óptima, mas ninguém vai a um restaurante por causa da música ambiente. Na verdade, nunca se deve esperar que limoeiros dêem uvas, nem que se encontre o cosmopolita num lugar recôndito da província. Nesta, o melhor é escolher o tradicional e deixar-se de experiências. Uma pessoa sabe destas coisas, mas acaba sempre por voltar as costas à razão e cair na esparrela.

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