Ao ler um post
sobre música deparei-me com a palavra popelina. Há muito que não a escutava e, tanto quanto me lembro, ouvia-a como
popeline. Uma camisa de popeline. Na altura, não imaginava – ou imagino que não
imaginava – que a palavra fosse francesa e estivesse em vias de nacionalização lexical.
Também o sentido exacto devia escapar-me e, talvez para infelicidade minha,
nunca senti curiosidade em saber precisamente que tipo de tecido era realmente
a popeline. Aquela era uma linguagem esotérica de uma seita, para mim, fechada.
Os tecidos não eram, nem são, o meu forte, se é que tenho algum forte. Um raio
de sol, ao fender as nuvens, iluminou-me e pensei que, para pessoas como eu,
deveriam existir dicionários ilustrados de tudo e até de tecidos. Fiz uma pesquisa
no Google e ele, na sua infinita bondade, devolveu-me vários dicionários
ilustrados. Um de moda, uma aproximação, mas também outros mais adequados ao
meu presente estado. Um dicionário Ilustrado de fisioterapia e outro de saúde, que
terá, por certo, uma secção de saúde mental. Ainda não é agora que vou saber
alguma coisa sobre os tecidos que vestem as personagens com que me cruzo na rua,
pensei desanimado. O Google, contudo, não dá ponto sem nó e indicou-me um guia
prático de tecidos. O problema é que é brasileiro e lá os tecidos hão-de ter um
nome que nada terá a ver com o que se usa por cá. Por causa das coisas, o
Google ainda me indica, não sem perspicácia, o dicionário Houaiss ilustrado. Infantil,
claro. Fico a pensar na insinuação e acabo por aceitar que não faltará muito para
que seja esse o dicionário que me é mais apropriado.
Sem comentários:
Enviar um comentário