Estava a atravessar a cidade quando ouvi: e se passássemos
pelo local onde estão a vacinar, pode ser que ser que tenhamos sorte. Talvez
esteja fechado, hoje é domingo, respondi. Mas dirigi o carro para lá. Era
meio-dia e meia hora quando chegámos ao sítio. Às treze horas estava na rua à
procura de um restaurante com o reforço da vacina contra a COVID feito e a toma da vacina
da gripe, uma estreia. Isto significa que as coisas por aqui estão a funcionar
como deve ser. A coisa está, por agora, resolvida, tanto quanto se pode
resolver. Foi um domingo ganho. Curioso é que as pessoas que estavam a
vacinar-se, a maioria, era gente nova, o que quer dizer que não o tinham feito
no devido tempo e que alguma coisa lhes assaltou agora a consciência. Também se
demandou por testes COVID, mas estão esgotados por toda a parte. As pessoas
estão a abastecer-se para as festas de Natal e de Ano Novo. Como é que a
indústria não antecipou a reacção do mercado? As acácias da praceta, que ainda
há dias apresentavam uma belíssima e composta folhagem amarela, estão agora
quase despidas. O vento balança-lhes as folhas mortas e estas caem,
enovelando-se no chão. Numa passagem pelo supermercado tive uma das piores
experiências que se pode ter. Estávamos a pagar numa caixa e alguém se mete
connosco, com à vontade e familiaridade. Olho perplexo para a pessoa, torno a olhar e, só passados
largos, demasiado largos, segundos, descubro que, por detrás da máscara, estava o rosto do meu
filho. Acho que ainda não me recompus do choque de não o reconhecer de imediato.
domingo, 28 de novembro de 2021
Um domingo ganho e um choque
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