domingo, 28 de novembro de 2021

Um domingo ganho e um choque

Estava a atravessar a cidade quando ouvi: e se passássemos pelo local onde estão a vacinar, pode ser que ser que tenhamos sorte. Talvez esteja fechado, hoje é domingo, respondi. Mas dirigi o carro para lá. Era meio-dia e meia hora quando chegámos ao sítio. Às treze horas estava na rua à procura de um restaurante com o reforço da vacina contra a COVID feito e a toma da vacina da gripe, uma estreia. Isto significa que as coisas por aqui estão a funcionar como deve ser. A coisa está, por agora, resolvida, tanto quanto se pode resolver. Foi um domingo ganho. Curioso é que as pessoas que estavam a vacinar-se, a maioria, era gente nova, o que quer dizer que não o tinham feito no devido tempo e que alguma coisa lhes assaltou agora a consciência. Também se demandou por testes COVID, mas estão esgotados por toda a parte. As pessoas estão a abastecer-se para as festas de Natal e de Ano Novo. Como é que a indústria não antecipou a reacção do mercado? As acácias da praceta, que ainda há dias apresentavam uma belíssima e composta folhagem amarela, estão agora quase despidas. O vento balança-lhes as folhas mortas e estas caem, enovelando-se no chão. Numa passagem pelo supermercado tive uma das piores experiências que se pode ter. Estávamos a pagar numa caixa e alguém se mete connosco, com à vontade e familiaridade. Olho perplexo para a pessoa, torno a olhar e, só passados largos, demasiado largos, segundos, descubro que, por detrás da máscara, estava o rosto do meu filho. Acho que ainda não me recompus do choque de não o reconhecer de imediato.

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