Pergunto-me, por vezes, qual será a pegada ecológica de cada texto que publico aqui. Não faço a mínima ideia, embora devesse fazer. Imaginemos que era enorme essa pegada. O melhor seria pôr fim a estes escritos. Que razão haverá para poluir o planeta, só porque se se acha no direito de publicitar as coisas sem nexo que chegam à alma de um narrador desprovido dela? Nenhuma. Ocorreu-me uma coisa. Suspensão do texto. Peço desculpa por esta interrupção. O programa segue dentro de momento. Interlúdio musical. Em fundo, as Quatro Estações, de Vivaldi. Já volto. Retorno ao serviço. Ocorreu-me que este problema já terá ocorrido a muitos outros e que deve haver alguma forma disponível para medir essa pegada. Procurei e descobri uma. Graça à simpatia da Inteligência Artificial. Submeti o blogue a um exame num site sugerido. Obteve um A, a segunda nota mais elevada, logo a seguir ao A+, e ainda teve direito ao seguinte comentário: Tomado globalmente, é mais limpo do que 86% das páginas web. Com tanta limpeza, não será razão para pôr fim à publicação destes tristes textos. Talvez tenha de encontrar outra razão, caso me apeteça eutanasiar o blogue. Seja como for, agora não me apetece. Voltaram as poeiras africanas, está uma luz túrbida, mas não túrgida. Repare-se nestas duas palavras, túrbida e túrgida. Basta trocar um b por um g para que se vá do turvo ao inchado. Está uma luz turva, sombria, inquietante, mas será que estará inchada? Não me parece, pelo contrário. A luz do dia está túrbida, mas não túrgida. E isso faz toda a diferença. Um pássaro meu vizinho repete ao infinito uma sequência de sons sempre igual. Música minimal repetitiva. Esforço-me para a compreender, mas falta-me uma pedra roseta para conseguir decifrar o mistério da fala dos pássaros.
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