Sinto que hoje começaram, de facto, as férias e parecem já estar a acabar. Um almoço tardio e, para vergonha minha, uma sesta na cadeira em frente ao computador até acordar maldisposto. Passada a indisposição, folheio um dos livros que trouxe, pois não há férias se não se trouxer um carregamento de livros em que não se há-de tocar. Uma questão de tradição, da qual, seio-bem, não sou o único participante. Antes do autor dedicar a obra a Sua Excelência / Senhor de Struensee / Ministro privado do Estado Real da Prússia / e cavaleiro da Ordem da Águia Vermelha, consagra umas linhas ao Esclarecimento provisório do título. Perguntei-me, de imediato, quando o esclarecimento do título passará a definitivo. São estas pequenas incongruências que me animam o espírito. O título e o autor, em si mesmos, são para o caso irrelevantes e o assunto é tão maçador que nem em férias merece que se lhe dê atenção, mas é necessário trazer, de modo equilibrado, obras que raptam o espírito e obras que trazem o sono. Porquê estas últimas? A resposta é simples. Para o caso de, depois de almoço, o sono não chegar, basta começar a folhear um desses livros. Só a capa faz logo bocejar. Todas as coisas têm o seu lugar na ordem do mundo e até mesmo na desordem.
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