Hoje, Dia da Melancia, passei pela Capital da Onda. Não bastavam os dias disto e daquilo, este pobre país sofre de uma outra doença grave. Se não mortal, pelo menos, crónica. Agora, não há terra que não seja capital de alguma coisa. Espanta-me, mas não devia espantar, que os idólatras das povoações elevadas, por eles, à categoria de capitais não percebam o ridículo que é afirmar-se como capital do capilé, do caracol, da castanha pilada ou do papo-seco. Conseguimos, ao transformar cada cidade minúscula ou vilória esquecida em capital de qualquer coisa, cobrir o país de ridículo. Por outro lado, esta ânsia de capitalizar evidencia a inveja que se tem da verdadeira capital. Ah… os lisboetas têm a capital do país, mas quem são eles? Nós também somos capital, até mais importante, pois somos a capital do pêlo púbico e não há no mundo nada mais importante que os pêlos púbicos, que também hão-de ter o seu dia, se não o tiverem já. E não há coisa que o pêlo púbico mais deseje do que se tornar público na comemoração da data que lhe é consagrada. Onde me encontro há um ditado. Primeiro de Agosto, primeiro de Inverno. Estou há três dias em pleno Inverno, o que não me desagrada, mas também não me inspira para escrever estes textos, que, em verdade vos digo, não valem um pêlo púbico.
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