O mês despede-se hoje sem honra nem glória, mas isso é o que acontece normalmente. A honra e a glória são excepções, não a norma. Há pouco, remexendo em velhos papéis, encontrei um diploma do Ministério do Exército que certifica que o titular do presente diploma desempenhou com aptidão e zelo, durante 12 (DOZE) MESES, as funções… Tal como o titular do diploma que foi apto e zeloso, mas não se distinguiu no campo de batalha, o qual nos meses referidos no diploma, esteve fechado e assim se tem mantido, e, por isso, não alcançou honra e glória, também o mesmo aconteceu com o mês que agora termina. Foi apto? Foi. Foi zeloso? Também. Preencheu todos os dias que o calendário lhe atribuiu, não lhe terá faltado com um minuto. Agora, chegada a meia-noite, entrará para a casa translúcida do nada e, exceptuando um ou outro motivo que nele se animou, fará do esquecimento o seu modo de ser. Entretanto, estava sintonizado na Antena 2 e oiço um anúncio institucional ao CD do compositor e pianista Amílcar Vasques-Dias, De Ouvido e Coração, Celebrando José Afonso. Indicava também a interpretação de uma cantora de flamenco, de um fadista e de dois cantores líricos. Acedi a uma dessas plataformas onde se aluga música e procurei o álbum. É o que estou a ouvir, enquanto não chega a hora de almoço. Estas metamorfoses musicais nem sempre correm bem, mas esta, parece-me, encontrou o ponto exacto onde estilos musicais bem distintos se podiam encontrar. Bastante interessante é a interpretação de Cantar Alentejano e Canção de Embalar pela cantora de flamenco Esther Merino. Uma descoberta no último dia de Abril, um dia solar, mas ventoso, como constatei quando fui à rua.
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