Devia começar a fazer jejum. Não, não desse, mas de palavras. Estes textos estão a tornar-se palavrosos. O de ontem tinha 494 palavras e mais de 2500 caracteres. Hoje, Domingo de Páscoa, já fui fazer uma pequena caminhada. Numa zona de moradias, reparei que a caixilharia de alumínio se apresta para liquidar a de madeira. Mesmo naquelas moradias mais antigas e modestas, o avanço do alumínio é grande. Muitas daquelas casas foram construídas num tempo em que o alumínio ainda não tinha chegado a suporte de vidros das janelas, mas estão quase todas convertidas. Resistem algumas caixilharias de madeira, esparsas, o seu estado, todavia, não lhes augura grande futuro. Tinta ressequida, um ar de cansaço, como se já não pertencessem ao lugar onde estão. Aprende-se muito sobre o mundo quando se caminha de manhã, ao contrário do que acontece nas caminhadas nocturnas, onde a consciência se entrega às paixões da alma. Não tarda estarão cá os netos e haverá bulício. Vou preparar-me.
Dancem, dancem, ou estamos perdidos, dizia Pina Bausch.
ResponderEliminarDo ponto de vista lógico, é possível que se dance e que, apesar disso, se esteja perdido. Portanto, dançar não será uma condição suficiente para não se perder. Eventualmente, será necessária. Desconfio, porém, que Pina Bausch não estaria preocupada com a lógica.
EliminarPina Bausch é uma espécie de PVC contra o tutu.
EliminarO tutu de Dominique Mercy é a prova. Um tutu para ficar.
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