Hoje, pisei a areia pela primeira vez este ano. Quase ninguém no areal, o mar enrolado em algas, um céu cinzento. Eis, para mim, um dia perfeito de praia. Passeei com o meu neto e tive de esforçar-me para correr atrás dele. Valeu a pena depois de uma manhã inteira entregue ao ócio da realidade. É provável que sofra de um défice cognitivo não diagnosticado, mas ainda não consegui perceber a capacidade que as pessoas têm para inventar coisas cuja utilidade é zero, ou, para ser mais rigoroso, negativa. Imagine-se uma qualquer instituição, pública ou privada. Imagine-se ainda que se acha que ela tem de ser melhorada. O que acontece muitas vezes é que as acções tomadas para a melhorar a tornam pior, acelerando a sua decadência. Creio na existência de um gene português que nos inclina para a irrelevância e perdição. Agora, vou ao parque infantil, embora não me seja permitido andar de baloiço e deslizar no escorrega.
Sem comentários:
Enviar um comentário