Hoje a minha tarde foi ocupada com um intenso trabalho sobre
coisas ociosas. Poderia ter ido passear e ver as folhas mortas que estendem as
suas garras lacrimosas pelos passeios. Teria aprendido bem mais do que aprendi.
A humanidade tem sempre uma enorme capacidade de me decepcionar. Eu sei que os
padrões são altos. Como pode a sabedoria humana competir com o saber que há
numa folha cuja seiva secou e, nessa leveza, se entregou à vertigem do vento e
da gravidade? Não pode, pois não há sabedoria maior do que aquela que nos leva ao transe da queda.