Vinha aqui dissertar sobre a imperfeição e a identidade entre o ontem e o amanhã, mas a quem podem interessar coisas como essas? Há pessoas, cruzo-me com elas todos os dias, que aderem de tal modo à realidade que chegam a parecer reais. Há muito que desisti da minha realidade e até da minha aparência. Como se vê é muito fácil dizer coisas sem sentido. Difícil é encontrar alguma com sentido para dizer. Fará sentido afirmar que lá em baixo um bando de adolescentes se alarga na efusão dos sentimentos contaminado pela efervescência das hormonas? Sobre a espécie humana, as árvores apresentam uma vantagem desmedida. São silenciosas e nos dias de sol projectam uma sombra benfazeja. Li um romance em que a personagem central se transformava numa árvore. Parece bizarro, mas nessa transformação há mais sabedoria do que nas vãs pretensões que alimentam a mente dos homens. Enraizar-se na terra, estender-se para o céu e fazer um voto de silêncio para a vida. Talvez a perfeição não seja impossível.
E que romance era?
ResponderEliminarGostava de o ler...
🌳
Maria
Trata-se do romance A Vegetariana, da norte-coreana Han Kang.
ResponderEliminarHV
Oh, esse já li, comprei-o assim que saíu; é, de facto, um livro extraordinário.
EliminarTambém não conheço o livro que a ~CC~ refere, tenho que investigar...
Obrigada, HV.
🌿
Maria
Seria o do Pedro Bidarra - Rolando Teixo?
ResponderEliminarGostei muito.
Ou a Vegetariana? Este já não o vejo tanto a ler...
~CC~
Trata-se mesmo de A Vegetariana. Leio as coisas mais inusitadas. Por outro lado, não conheço o livro de Pedro Bidarra.
ResponderEliminarHV
Achei a Vegetariana um livro surpreendente, estranhei mas acho que gostei. O do Pedro li antes desse e também gostei, são transformações diferentes e ainda assim com algo em comum, talvez um intenso amor à natureza ou um desconforto com a forma humana.
ResponderEliminar~CC~