Já faltam poucos dias para que o Inverno triunfe sobre o Outono e alcance o primeiro lugar no grande campeonato das estações do ano. Esta estratégia retórica baseada numa analogia pouco vigorosa não deixa de fazer pensar que a natureza tem uma certa inclinação para a repetição e para a igualdade. A vitória de hoje é a derrota de amanhã e vice-versa. Pena é que o mundo dos homens não seja assim. Não por uma questão de justiça, mas pela perfeição que há em tudo o que é cíclico. Os gregos antigos – alguns, para não fazer uma generalização precipitada – tinham grande veneração por tudo o que tivesse a ver com círculos e esferas. Em Portugal, também se manifesta esse tipo de amor como se pode ver pela sábia proliferação de rotundas. Todas estas derivações quase me faziam esquecer o assunto. O Inverno e o seu triunfo iminente. Imagino-o com mantos de neve, frios glaciais e lareiras acesas. A imaginação é muito mais poderosa que a realidade. Aqui neva tão raramente que é preciso que os deuses estejam muito distraídos. É um Inverno insípido e triste que me dá vontade de fincar os pés no Outono e impedir o calendário de perder as folhas. A realidade nunca tem a mesma medida que os nossos desejos.
Na verdade não sei se as estações são assim tão certas, agora dão em adiantar-se, em atrasar-se, em não chegar...no calendário estão marcadas mas lembro-me do granizo que pleno Agosto apanhei em Santiago de Compostela e fico a pensar...
ResponderEliminarEntão, se não gosta do Inverno, não o deixe chegar, fique eternamente pelo Outono.
~CC~
As estações nunca foram certas. São aproximações à realidade que, por vezes, se manifesta fora do que seria de esperar. Não é que não goste do Inverno. Prefiro-o mil vezes ao Verão, mas ele traz promessas que não se cumprem.
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A neve?! Há ainda uns recantos do país onde cai, é ir à procura dela:)
ResponderEliminar~CC~
É verdade, mas não é a mesma coisa ir à procura de neve e tê-la à porta de casa.
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