Presumo – mas presunção e água benta, cada um toma a que quer – que S. Pedro, o CEO da grande multinacional que gere o clima neste planeta, tenha tido necessidade de mostrar quem manda e de pôr a concorrência no devido lugar. Tomem lá um domingo de Inverno. Recebemo-lo de bom grado, pensando que assim as coisas estão no seu devido lugar. Quando acordei de manhã – já não era muito, muito de manhã, o que contraria os meus hábitos – ventava com violência, numa aliteração que fazia pensar em vendavais. Há pouco, as ruas foram fustigadas por aguaceiros fortes, que se interrompiam, anunciando uma era de paz, mas logo voltavam, como se as ruas ainda não estivessem suficientemente limpas. As almas, mesmo as mais enlameadas, estavam recatadas, evitando encontros com a água purificadora caída dos céus. O resultado de tudo isto é uma afirmação da permanência contra a mudança: S. Pedro permanece CEO da empresa climática, e eu permaneci em casa, sem vontade de ir à rua. Já basta, amanhã, ter de ir fazer uma visita ao mundo exterior que me espera.
Sem comentários:
Enviar um comentário