sábado, 11 de janeiro de 2020

Um problema de listagens

Há quem faça listas de coisas a fazer, de livros a ler, autores a conhecer, lugares a visitar. Também eu fiz listas sobre coisas diversas. Nunca tiveram, tanto que me recordo, qualquer préstimo, pois no fim de feitas nunca mais olhava para elas. Isto não foi um acaso, mas tendo em conta a frequência com isso sucedeu, só pode ter sido fruto de uma natureza geneticamente fadada para o descuido e pouco preocupada com a verificação. Há dias em que penso, talvez por algum transtorno momentâneo, que deveria ter ficheiros completos dos livros, música e filmes que fui adquirindo. Disponível no telemóvel, evitaria compras repetidas e a consumação da minha inegável tendência para a iteração. Nunca me ocorreu, todavia, começar a fazer esse tipo de base de dados. Hoje continuo a fazer listas, mas apenas se vou às compras. Faço-as com a esperança de não me esquecer de nada. Senti um pingo no nariz. Passei a mão por ele e era sangue. Levanto-me e antes de me levar confirmo, ao espelho, que era mesmo sangue. Estancado o corrimento, sento-me e anoto numa agenda: não tornar a falar de listas para evitar sangramentos do nariz. Agora vou saber como está a tarde na rua.

2 comentários:

  1. Eu fiz durante alguns (muitos) anos listas de livros lidos e de filmes vistos. Têm-me sido úteis para me certificar se li/vi determinado título.
    Acho engraçado saber quantos livros li e de que maneira contribuí para a média de livros lidos em Portugal - é assim como a história dos frangos: um come dois frangos, outro não come nenhum; consumo médio = 1 frango :)
    Houve anos em que li cento e muitos livros, ou seja ajudei a manter a média de leitura menos vergonhosa.
    Ui, se calhar não posso dizer esta palavra... e também espero não prejudicar o seu nariz com esta conversa de listas :))

    Viu Vénus no seu passeio?
    Hoje parece-me mais brilhante :)
    E a Lua também está toda janota.

    Bom domingo!

    Maria

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    1. Listas de livros lidos ou filmes vistos nunca me ocorreu fazer. Talvez os seres humanos devessem manter um diário onde registassem tudo o que fazem. As futuras gerações poderiam assim ficar informadas sobre o que ocupava os seus antepassados. Seja como for, qualquer coisa como isso está já a acontecer, pois o uso de telemóveis, tablets, computadores, etc. é uma porta aberta para que se fique registado. Chamam-lhe timeline, acho. Registo que sofremos e não que fazemos.

      Um bom domingo.

      HV

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