sábado, 5 de janeiro de 2019

Caminhadas


Há muito que não fazia uma caminhada. Hoje, porém, enfrentei estradas e caminhos. A verdade é que o fiz não por amor ao dever de andar (que Kant me perdoe) ou às paisagens que atravesso. Quando combinei a revelação que esta manhã a balança me fez com o resultado, recebido ontem, de umas análises de rotina, aliás com quase todos os valores no lugar certo, percebi que talvez o médico não estivesse destituído de alguma razão ao receitar-me exercício físico. E foi assim que me expus ao sol entristecido da tarde e me aventurei por caminhos a que os escapes dos automóveis e camiões dão o seu inigualável perfume. Fi-lo como quem toma um comprimido ou bebe umas gotas cujo amargor nunca a água dilui ou dissipa. Quando cheguei a casa, prometi que amanhã voltaria e que ainda me haveria de tornar um desportista a sério, daqueles que treinam todos os dias, embora nunca joguem ao domingo.