quinta-feira, 3 de janeiro de 2019

Diabruras


Atravessei pensativo a cidade mergulhada no frio matinal. As pessoas passavam recompostas da chegada do novo ano, entrouxadas em sombras e silêncio, cobertas pelo azul do céu. Enquanto fazia e desfazia curvas, circundava rotundas e enfrentava semáforos, ia pensando no que ia fazer. Falar sobre crenças que se devem justificar e nesse acto de justificar está toda a justificação da razão. Enquanto discorria para mim mesmo, um pequeno demónio lembrava-me que as crenças mais interessantes são como a rosa sem porquê. O meu demónio é persistente e trabalha constantemente para a minha perdição. Ele lá terá a sua justificação.