Estes dias ensolarados e frios morrem sob um véu de tristeza
e melancolia, pensei ao olhar pela janela. O fulgor do sol começa definhar, a toldar-se
indeciso, e onde antes havia vibração insinua-se uma pequena névoa. Logo se
transforma em escura nuvem de pesar, que cobrirá as pessoas que passam
indiferentes e que, revestidas pela saúde do seu espírito, sabem que os dias
não morrem, nem são tristes e melancólicos, mas apenas dias que hão-de dar
lugar à noite, separados por crepúsculos. E eu, não sem ponta de inveja, olho-as
e maravilho-me com essa sabedoria e paz de espírito que nela se oculta.