quinta-feira, 10 de janeiro de 2019

Hóspedes

Há dias comprei um livro, num leilão na internet, de Heinrich Böll. Trata-se de uma obra publicada entre nós em 1972, pela velha Arcádia. Tem capa dura e papel de boa gramagem. É composto por um conjunto de contos e de um deles recebeu o título Os Hóspedes Inesperados. Foi um sentimento de irmandade que me levou a adquiri-lo. Também eu, onde quer que vá, sou um hóspede inesperado. O sítio não me espera e a minha presença é constrangedora. Isto pensava eu quando atravessava a cidade para ir para um lugar onde todos me esperavam, sem que a minha presença deixasse de ser constrangedora. O que me vale, meditei, é o sol de Inverno. Brilha, aquece um pouco, mas evita excessos, comportando-se com prudência e sabedoria.