quinta-feira, 17 de janeiro de 2019

Notícia

Vai-se pela rua ou entra-se numa rede social e é-se colhido por uma notícia para a qual nunca há uma cesta preparada para a depositar. A terrível ceifeira, a desmemoriada que nunca esquece a vil ocupação, deslocou-se, fremente e impúdica, e cortou cerce onde não se esperava que cortasse. Faz-se, assim, em nós um grande silêncio. Contam-se os dias, os anos, os caminhos partilhados e as esperanças havidas e, por ordem inevitável do mundo, perdidas. Então uma espada de pez cai sobre o dia e tudo ensombrece, como se um exílio nos esperasse ou uma gaivota perdida apagasse o sol.