As festividades são exercícios difíceis, exigem recursos de
paciência cujo limite raramente se adivinha, trazem consigo promessas que nunca
cumprem. Agora que declinam e se resguardam na noite que dura um ano, para
depois voltarem com os seus cantos de sereia, o espírito torce os seus dedos
vazios e procura, nem sabe bem onde, a necessidade de todos estes folguedos e
júbilos. Que alma vazia habitará os nossos corpos para que do nascimento de uma criança e do
arrancar de folha de um calendário se faça motivo de tantas provações e
penitências?