Quando me levantei uma neblina cobria a manhã com uma promessa de frescura. Da janela, olhei-a com desconfiança e recolhi-me de imediato como quem foge do convívio de alguém que tem o ludíbrio por modo de vida. Depois de acordar, levo tempo a sintonizar-me com a luz do dia. Desloco-me em silêncio e mal olho para o que me envolve. Enraízo-me lentamente no estado de vigília para cumprir a agenda que um deus desavindo comigo me deu por destino. Ainda não me ocorreu o nome dos arbustos que florescem no parque da escola ao lado. Há dias que olho para eles e pergunto-me sempre pelo seu nome. Nos campos de jogos, adolescentes correm e gritam, libertam-se do excesso de adolescência que os devora. De súbito, o nome de hibisco vem-me à memória. Serão hibiscos o que daqui vejo. Despacha-te, digo-me. Numa encruzilhada tenho um encontro marcado com a aparência e a realidade. Não posso chegar tarde.
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