Um dos sites
meteorológicos informa-me que o céu está nublado. Abro a janela e confirmo, a
realidade não se enganou e comporta-se tal como a previsão determina. O ar
fresco entra pelo escritório, inunda-o com uma esperança fugidia. Os hibiscos
da escola persistem na sua floração exuberante, indiferentes à volubilidade do
tempo, lançando pequenos raios garridos na cinza da manhã. Com tempo assim
gosto de viajar. Logo me lembro de uma visita em dívida a um amigo que fez no
Alentejo o seu Vale de Lobos. O roncar de um motor e o piar mecânico de uma
máquina em manobras desviam-me a atenção e deixo o meu amigo sossegado no seu
exílio. Devia passar pelo banco, mas é lugar que evito de bom grado. Se pudesse
prendia esta manhã ao calendário, para que ela não deslizasse em direcção à
tarde, mas os meus poderes são parcos.
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