Apesar de tudo, os dias passam rapidamente. Amanhã já é dia
de Todos-os-Santos e daqui ao Natal o tempo correrá à desfilada e eu, como um
cavalo enlouquecido, há quem me ache um burro demente, correrei com ele ou
arrastado por ele num turbilhão de coisas insensatas. De o pensar, estou já
cansado. Correr não é a minha especialidade e cheguei àquela época em que
preferia avançar para trás, mas não muito, já que não teria paciência para mim
se tornasse ao que fui. Seria penoso. Escureceu há muito. Para surpresa minha,
ao final da tarde uns adolescentes quiseram falar comigo sobre os argumentos do
fine tuning e do mal, com derivações
sobre o determinismo da conduta humana. Poderia pensar que as coisas não
estão tão críticas quanto se anuncia. Provavelmente, não estarão. Recebo uma mensagem no telemóvel. É um convite
para uma masterclass de Tequila &
Mezcal e começo a pensar que o argumento do fine
tuning não será assim tão disparatado. Salva-me amanhã ser dia santo de
guarda, um dia onde a santidade se multiplica, como se o regulador destes festejos,
cansado, tivesse cedido à paixão da hipérbole. Vou roubar uma broa à cozinha.
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