Em vez de me meter no carro, fui a pé fazer uma visita familiar. Com o balanço decidi andar um pouco pela cidade. Nunca imaginei que existissem tantos laboratórios de análises clínicas, oculistas, clínicas dentárias, clínicas médicas. Também as farmácias que, durante muitas décadas, foram apenas quatro, quase duplicaram, para não falar no surgimento das parafarmácias. Parece que a população tem diminuído, mas a oferta de cuidados de saúde não pára de aumentar. Isto significará que há muito mais gente doente. Eu sei que este raciocínio é capcioso, mas depois de uma caminhada de seis quilómetros, apanhando algum sol, tudo se torna permitido. A luz solar é necessária para a produção de vitamina D, embora pertença a um grupo cujos organismos produzem por si a vitamina em causa. Espero não apanhar uma overdose. Passei a manhã em videoconferência. Quatro horas online não se recomenda a ninguém, ainda mais com uma idade provecta como a minha. O resultado é ter ficado vazio, sem assunto, não por falta e interesse do evento, mas porque, aproximando-se a Primavera, os meus neurónios tornam-se ainda mais lentos a fazer sinapses, chegando mesmo a suspender toda a actividade, como é o caso. Do que não se pode falar, o melhor é ficar em silêncio, como dizia alguém, a quem não faltava astúcia.
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